sexta-feira, 14 de maio de 2010
Conversão
A direção era para um lado da pista da vida e de repente houve uma guinada. Muda tudo, troca de faixa, faça a conversão. Pirei? – Não me converti.
Tinha tudo para dar errado; perdi os pais cedo, os parentes próximos não me queriam, a família adotiva não tinha condições econômicas, mas tinha muito amor e carinho e isto foi fundamental. A infância foi tranqüila e normal como a de toda criança, a adolescência marcada por fatos comuns à realidade que nos cercava e o amor e carinho da família superava tudo. Saíamos quase sempre junto, mesmo que fossemos para lugares distintos. O passar dos anos acumulou experiências diversificadas e lembranças arraigadas dos sorrisos e alegrias (muitos) e de tristezas e fracassos (poucos).
As festas regadas a cerveja já não tinham tanto brilho, a fumaça do cigarro incomodando ainda mais, os sons já começando a ficar diferentes, já não entrando tão fácil na alma, mas ,as amizades sim ficaram. Amigo a gente não esquece, cuida deles quando estão feridos, machucados, magoados, distantes, desmotivados, pra baixo, enfim, amigo é amigo.
Eu sempre tive um grande amigo; conversava com ele desde pequenino (principalmente quando estava triste por alguma coisa) na beira da praia, vendo o mar, o horizonte, o gigante deitado (Nicty City do outro lado da poça), em cima da laje, na beira da Lagoa, no Parque Lage, Quinta da Boa Vista, Jardim Botânico, ônibus, trem, metrô... e ele me ouvia calado ficava triste quando eu quebrava a cara com algum relacionamento amoroso, ou era demitido de um emprego, ou fazia alguma coisa que desagradava os mais velhos, enfim...
Meu amigo ficou comigo em cada momento naquela estrada que parecia não ter fim até pousar na terra que ele havia conhecido há muito tempo para que eu viesse morar e ser feliz. Ele esperou muitos anos para falar comigo e poder dizer tudo o que ele sentia por mim todo esse tempo. Amigo fiel, verdadeiro, paciente, bondoso, não foi ciumento em nenhum momento (e olha que eu achava que havia encontrado outros amigos), não teve soberba enquanto o procurava sem saber como, me suportou muito tempo até que realmente eu o conheci. Achava que O tinha encontrado numa igreja, mas foi no meio de um show, puxando e dançando uma coreografia que de repente todo o som a minha volta desapareceu. Parecia filme sem áudio, eu via tudo, todos, os movimentos, os cheiros, os toques, os esbarrões, mas nada ouvia a não ser a Sua voz suave a dizer: - O que é que você faz aqui?
O susto que tomei ao perceber que era a voz que há muito tempo falava comigo foi imediato, parei tudo, baixei a cabeça, as lágrimas pulularam e saí dali soluçando como uma criança. Eu havia ferido o meu amigo e ele não brigou, esperneou ou falou mal, tão somente me perguntou suave, mas foi tão forte que até hoje eu me lembro disso.
Nunca mais deixei o meu melhor amigo e nem quero magoá-lo mais como fiz antes. Meu amigo morreu, acusado de um crime que não havia cometido, não falou nada, somente pediu ao seu pai que nos perdoasse por não sabermos o que estávamos fazendo. No dia da sua morte, houve muitas pessoas que se alegraram por ter seus entes queridos de volta depois de terem dormido e muitas que não entenderam o que estava acontecendo, alguns que andavam
com ele o abandonaram na hora de sua morte e só a sua bondade para perdoá-los. Meu amigo hoje está vivo em meu coração e conversa tanto que tem horas que acha que estou ficando louco. O nosso papo é tranqüilo, eclético, didático e sempre muito aberto. Falamos sobre tudo e todos e ele sempre usa alguém para me corrigir nas falhas e me apoiar no sucesso. Gosto de escrever sobre ele e principalmente falar daquilo que ele me ensina a todo instante. Agradeço a DEUS pelo fato dEle me dar um amigo fiel. Ah ! já ia esquecendo, meu amigo se chama JESUS e é por isso que Ele me conhece a tanto tempo e esperou o tempo certo para falar comigo e se apresentar.
Amigas
Dizem que há amigas inesquecíveis, amigas quase irmãs que nunca saem do coração.Há também aquelas que queremos escrever sobre elas e não sabemos como, de tão especiais que são. Há quem diga que garotas, quando são amigas, ficam insuportáveis (fazem até filmes sobre isso), porque concordam sempre uma com a outra e não se desgrudam. Há quem diga que as garotas brigam,discutem, se desentendem, mas nunca deixam de ser amigas. Têm amiga que passa com você o momento mais difícil da sua vida e o mais feliz também. Há aquela que liga todo dia, aquela que abraça em silêncio e sente você chorar, Aquela que pula de alegria quando você tem uma boa notícia pra dar e compartilhar. Há aquela que ouve quando você está apaixonada e passa horas falando do mesmo assunto. Tem também aquela que apóia as suas loucuras, depois se arrepende junto. Há aquela que defende você de tudo e de todos e aquela que é como uma irmã pra você.E não têm como esquecer da Melhor Amiga, aquela que é simplesmente aquela pessoa que nunca esquecemos. Mas o poeta disse algo para marcar ; " Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração..."
terça-feira, 11 de maio de 2010
VENTOS
Ventos serenos são para amigos
Brincarem com suas pipas e papagaios
Caçando suas pipas ao léu
Ventos suaves para os românticos
Apreciarem o frescor de sua brisa
Balançando o véu
Ventos furiosos para os céticos
Que não acreditavam na Natureza
E foram para o beleléu
Ventos do Avivamento para os que crêem
Que há esperança e fé no Céu
SE QUISER
Se quiser falar, fale
Se quiser gritar, grite
Se quiser se expor, exponha-se
Se quiser mostrar, mostre-se
Mas,
Seja discreto,
Veja o que o mundo oferece
Veja as pessoas falando, se abrindo
Se explicando, se doando
Observe...
Seja dono do seu silêncio
Sem se deixar vulgarizar
Não seja prisioneiro das suas palavras
Seja sábio,
Olhe pra cima
Para o alto
Aprenda a lição
Da crucificação
Seja você
Se quiser gritar, grite
Se quiser se expor, exponha-se
Se quiser mostrar, mostre-se
Mas,
Seja discreto,
Veja o que o mundo oferece
Veja as pessoas falando, se abrindo
Se explicando, se doando
Observe...
Seja dono do seu silêncio
Sem se deixar vulgarizar
Não seja prisioneiro das suas palavras
Seja sábio,
Olhe pra cima
Para o alto
Aprenda a lição
Da crucificação
Seja você
quinta-feira, 6 de maio de 2010
INAUGURAÇÃO

Fazia calor naquele dia 1 de maio e a comunidade estava em festa: a bica fora substituída por uma caixa d’água bem no alto do morro e quase toda casa tinha seu próprio encanamento, as exceções ficavam no lado do Beco da Virada onde os barracos eram feitos ainda de estuque e alguns madeira e as pessoas, a maioria de catadores de papelão e adjacentes, não tinham renda suficiente para pagar mensalidades dos impostos por menores que fossem, muito menos comprar material de alvenaria para construírem suas casas; o Sr. Engenheiro que fizera o projeto estava de terno, coisa rara para quem sempre o vira de jeans e camiseta pólo; o presidente da Associação era só sorrisos e o povo só alegria. O Primo, se encaixando como mestre de Cerimônias, perguntou com aquele ar de meio deboche e meio sorridente por não ter que ficar mais na fila esperando a vez de lavar as suas roupas do salão e nem ter que pagar pros meninos encherem seu barril: - Tá boa santa? Dependendo de como era feita esta pergunta a reação era sempre de indignação quando o Primo falava. Ele parecia aquele tipo saído d’O Cortiço : um sujeito magro, alto, fraco, cor de espargo cozido e com um cabelinho castanho, deslavado e com uma franjinha,(alguns anos depois começaram a chamar isso de Emo) que lhe caia, numa só linha, até ao pescocinho mole e fino. Era cabeleireiro e vivia sempre entre as mulheres, com quem já estava tão familiarizado que elas o tratavam como a uma pessoa do mesmo sexo; em presença dele falavam de coisas que não exporiam em presença de outro homem; faziam-no até confidente dos seus amores e das suas infidelidades, com uma franqueza que o não revoltava, nem comovia. Quando um casal brigava ou duas amigas se disputavam, era sempre o Primo quem tratava de reconciliá-los, exortando as mulheres à concórdia. Detestava o nome - Pelópidas_ herança do avô militar que lutara na 2ª Guerra Mundial e fora o único militar de patente na história da família. Todos só o tratavam e chamavam de Primo e era maneira mais fácil dos machos de plantão não se envolverem diretamente com ele. - Não e Sim!? A resposta da Nenenzona do Piteco foi imediata. Ato contínuo sacou a Bíblia da bolsa e disse, dirigindo-se ao microfone, com um ar resignado de quem já não tem mais esperança de nada: - Primo, hoje faz 4 anos que o Piteco se foi e ele sempre lutou para que a gente tivesse água, luz e uma morada digna, mas DEUS sabe o que faz, né? Me levou ele e ficou a felicidade de ver o sonho dele realizado hoje. Tô feliz por isso e triste por ele não estar aqui pra ver. - Que é isso amiga? Se alguém não se lembrar do Piteco hoje, eu vou rodar a baiana e falar muito porque ele foi o cara. Deixa comigo! - Tá bom, só não faz escândalo que eu não agüento! - Tchau ! No discurso do presidente da Associação o primeiro nome lembrado foi o do Piteco, sua luta pela valorização dos moradores, o orgulho quando a Bateria de Lata desfilava pelo morro fazendo algazarra e alegria da meninada, a preocupação com a educação das crianças, o desespero que ele ficava quando via um jovem perdido pro tráfico de drogas, motivo que levou sua vida. Tudo isso foi lembrado. Até quando se fazia fila pra estar na vez da bica e encher os barris em cada casa foi motivo pra muita gente verter umas lágrimas escapulidas. O Presidente não esqueceu as lutas daquele povo sofrido, trabalhador e sobretudo discriminado pela sociedade que servia, era declaradamente uma luta social desigual que começava a ser minimizada por aquela ação social. O Sr. Engenheiro lembrou das dificuldades do começo da obra quando “sumiam” alguns materiais e como teve que fazer várias reuniões na Associação para explicar que se o material sumisse a comunidade iria ficar pra trás das outras sem sua água encanada. A festa foi linda. Os fotógrafos do jornal comunitário( pensa que é só no asfalto que tem jornal é?) se espremiam para poder tirar uma foto do Governador que naquele ano eleitoral não iria perder uma oportunidade dessas. Depois dos festejos e quando todos foram pra casa, podia se ouvir aqui e acolá uns gritos de algumas mães: - Menino, pára de brincar com a água, ‘cê num sabe quanto demorou pra chegar até aqui em casa não!
quarta-feira, 5 de maio de 2010
40 DIAS
40 dias fora de casa
40 dias fora de rumo
40 dias fora da rotina
40 dias de férias
Acordar, abrir a janela do quarto pela manhã
E perceber que o sol nasceu em outro ponto
Tomar café já servido, sair da rotina
Ter o tempo livre
Sair sem conhecer o destino, tendo o mapa como guia
Descobrir novos locais, pessoas, culturas
Sorrir, brincar, divertir toda hora
Andar devagar, correr por brincadeira
Rolar na grama, pular na água
Furar a onda, tomar um ”caldo”
Ver os fogos de fim de ano, ouvir as músicas
Festa de aniversário, churrasco em família
Bate papo, lembranças, previsões, fotos
Imagens gravadas na mente
Pra sempre
40 dias fora de rumo
40 dias fora da rotina
40 dias de férias
Acordar, abrir a janela do quarto pela manhã
E perceber que o sol nasceu em outro ponto
Tomar café já servido, sair da rotina
Ter o tempo livre
Sair sem conhecer o destino, tendo o mapa como guia
Descobrir novos locais, pessoas, culturas
Sorrir, brincar, divertir toda hora
Andar devagar, correr por brincadeira
Rolar na grama, pular na água
Furar a onda, tomar um ”caldo”
Ver os fogos de fim de ano, ouvir as músicas
Festa de aniversário, churrasco em família
Bate papo, lembranças, previsões, fotos
Imagens gravadas na mente
Pra sempre
DIA A DIA
Toca a sirene
Chegou o pessoal
É hora do café
- Entra na fila animal!
Bate o cartão e vai para a seção
Calça a luva, confere o crachá
O dia a dia da fábrica vai começar
Levanta a porta
O responsável legal
Todo mundo espera
Pelo seu sinal
O comércio inicia
Também novo dia
Esperando clientes
Ansiosos, nervosos ou complacentes
Na obra a conversa gira em torno da chuva
Que cai sem cessar
Deixando todos a observar
É hora do almoço
Que hora feliz
- Ei, não fura a fila!
- Tô querendo comer também!
No escritório parece
Que a hora não anda
A secretária reclama
O café que não vem
Termina o dia
Para casa se vão
Uns antes para a escola
Outros para a estação
Descanso gostoso
Para um novo dia
Que se quer maravilhoso
Para uma nova rotina
Trabalho, trabalho, trabalho
Emprego, bico, quebra-galho
O nome sempre varia
Para quem trabalha dia a dia
Trabalhador sem nome ou cor
Trabalhador sem escolaridade ou doutor
Carteira assinada não tem hierarquia
Todos querem se aposentar um dia
Uns com mordomia, outros não
Uns com regalias, outros com obrigação
Uns com aposentadoria, outros com reles pensão
- Trabalhador, trabalhador, não esquenta não!
Chegou o pessoal
É hora do café
- Entra na fila animal!
Bate o cartão e vai para a seção
Calça a luva, confere o crachá
O dia a dia da fábrica vai começar
Levanta a porta
O responsável legal
Todo mundo espera
Pelo seu sinal
O comércio inicia
Também novo dia
Esperando clientes
Ansiosos, nervosos ou complacentes
Na obra a conversa gira em torno da chuva
Que cai sem cessar
Deixando todos a observar
É hora do almoço
Que hora feliz
- Ei, não fura a fila!
- Tô querendo comer também!
No escritório parece
Que a hora não anda
A secretária reclama
O café que não vem
Termina o dia
Para casa se vão
Uns antes para a escola
Outros para a estação
Descanso gostoso
Para um novo dia
Que se quer maravilhoso
Para uma nova rotina
Trabalho, trabalho, trabalho
Emprego, bico, quebra-galho
O nome sempre varia
Para quem trabalha dia a dia
Trabalhador sem nome ou cor
Trabalhador sem escolaridade ou doutor
Carteira assinada não tem hierarquia
Todos querem se aposentar um dia
Uns com mordomia, outros não
Uns com regalias, outros com obrigação
Uns com aposentadoria, outros com reles pensão
- Trabalhador, trabalhador, não esquenta não!
TEU NOME É BRASIL
Da madeira nativa
Teu nome surgiu
Do encontro das águas
Maravilhas se viu
Brasil, Brasil
Do Índio nativo
Do Negro que veio escravo
Do Branco livre, mas renegado
Do Rio Madeira
Do rio Amazonas
Do Riacho do Ipiranga
Do Rio de Janeiro
Da Guerra do Paraguai
Da conquista do Acre
Da vitória milagrosa
Que deu a nossa história
Da conquista do Penta
Ao tri do Senna
Brasil, Brasil
Fome Zero te acena
Do ouro do garimpo
Ao ouro do Olimpo
Da Ginástica, do tênis e do Atletismo
Da diplomacia contra o terrorismo
Da Copa do Mundo e da primeira Olimpíada do continente
Teu nome é Brasil.
(composta com Rhafael Mendonça Campos e Silva)
segunda-feira, 3 de maio de 2010
DO QUE AS MULHERES GOSTAM?
De basicamente 3 coisas:
Amor, carinho e respeito
Gostam de saber que são importantes
De sentirem proteção, segurança, paixão
Gostam de ter uma alma gêmea, sensível
Gostam de uma massagem nos pés, correndo pele acima
De um diálogo vertical e na seqüência um horizontal
Gostam de um sussurro rouco no ouvido, um farfalhar de cetim
Da leveza de uma seda, de um convite à luz do luar
Gostam de um carinho, de um elogio
De fazerem o seu homem gemer sem sentir dor
Gostam de lembrar de mais uma noite que foi feliz
Sei também que as mulheres gostam de outras coisas:
Uma festa, um perfume, um bom vestido, uma jóia
(O nosso problema é entender isto)
Um presente com ou sem valor, mas dado com amor
Dizem que a mulher é um sexo frágil
Mas que mentira absurda
Frágil? Nos carregando por 9 meses?
MULHER MINHA EU TE AMO
Do que as mulheres gostam?
Ah! isto eu não sei,
Mas do que a minha gosta
Isto sim, já falei...
ACREDITAR
Acredito naquilo que DEUS fez
Acredito na criação das árvores, plantas, florestas, animais, mar e peixes
Acredito nos ventos e tempestades, chuvas e secas
Acredito que JESUS veio nos salvar
Acredito que viveremos um mundo melhor
Acredito que as nossas mazelas são passageiras
Acredito que nossas alegrias são permanentes
Acredito que nossos filhos serão sarados
Acredito que um sonho pode tornar-se real
Acredito que a persistência é o nosso diferencial
Acredito que vamos sempre vencer o mal
Acredito que o bem irá sempre prevalecer
Acredito, tenho que sonhar
Acredito sempre no melhor
Acredito e vou sempre dar crédito
Acredito! Acredito! Tenho que acreditar.
Acredito que o mundo pode e vai melhorar
Acredito que nossa terra é uma dádiva de DEUS
Acredito que as promessas vão se cumprir
Acredito que DEUS não mente jamais
Acredito na criação das árvores, plantas, florestas, animais, mar e peixes
Acredito nos ventos e tempestades, chuvas e secas
Acredito que JESUS veio nos salvar
Acredito que viveremos um mundo melhor
Acredito que as nossas mazelas são passageiras
Acredito que nossas alegrias são permanentes
Acredito que nossos filhos serão sarados
Acredito que um sonho pode tornar-se real
Acredito que a persistência é o nosso diferencial
Acredito que vamos sempre vencer o mal
Acredito que o bem irá sempre prevalecer
Acredito, tenho que sonhar
Acredito sempre no melhor
Acredito e vou sempre dar crédito
Acredito! Acredito! Tenho que acreditar.
Acredito que o mundo pode e vai melhorar
Acredito que nossa terra é uma dádiva de DEUS
Acredito que as promessas vão se cumprir
Acredito que DEUS não mente jamais
RIO DE DEUS
Dentro do mar tem rio
Que mar é esse que tem rio?
Mar do Esquecimento
Mar de Angústia e Solidão
Mar doce transformado em sal
Deixa fluir o Rio de DEUS
Tem rio? Rio de quê?
Rio de peixe, de problemas,de gente
Mar de água doce, de água salgada, marzão
Rio-mar , imensidão , contemplação
Rio de Janeiro, Agosto de DEUS
Rio do Trono
Rio dos sonhos e planos
Pororoca de sentimentos humanos
Deixa fluir o Rio de DEUS
Rio de Amor
Queimando corações
Rio abrasador com o fogo do Senhor
ORAÇÃO
Senhor eu quero mais Te conhecer
Me ensina a Te buscar nas horas difíceis
E Te agradecer nas horas alegres
Me ensina a Te seguir
Teus caminhos são retos eu sei
Mas só tenho andado pelos tortuosos
Me ensina a Te buscar na Tua Palavra
Quero descobrir- Te cada dia
Quero saber Te agradecer por tudo
Quero saber ficar em silêncio e Te ouvir
Se tenho uma chance
Então me mostra.
Obrigado , Senhor
TELEFONEMA PARA O CÉU
- Senhor , olha para mim:
Estou desesperado, sem rumo, sem nada, com dívidas até o pescoço, sem família ( que me abandonou por isso), sem casa (as dívidas a tomaram, sem...
Estou perdido, falido,enfim estou só, esquecido e querendo falar contigo.
- Alô! Alô!
-- Caiu a ligação!
Estou desesperado, sem rumo, sem nada, com dívidas até o pescoço, sem família ( que me abandonou por isso), sem casa (as dívidas a tomaram, sem...
Estou perdido, falido,enfim estou só, esquecido e querendo falar contigo.
- Alô! Alô!
-- Caiu a ligação!
A MOÇA DE ROSA
Vi-te numa loja
Observei seu olhar
Brilhando muito ao se deparar
Com aquele conjunto rosa
Rosa na calça
Rosada ficou toda; a minha Rosa
Rosa de rubor, rosa de esplendor
Rosa de alegria, rosa de amor
Rosa linda, rosa admirada
Rosa que brilha no olhar que lanço
Rosa angelical, rosa amada
Rosa anjo, Rosângela
O anjo rosa que me apareceu
No banco do banco da Caixa
O anjo rosa que estava de azul
Após a oração ao Senhor
Mas o anjo rosa da minha oração
Tornou-se anjinho carinhoso no meu coração
Cuidando de um pequeno grande homem
Sozinha no dia a dia de outrem
Voltando à cena que vi
Estavas também num conjunto rosa
Desabrochando como uma flor no orvalho
Iluminada pela luz do dia findo
Aurora linda, maravilhosa e bela
Nada comparada com a minha Rosa
Desabrochando cada dia mais rosa...
Num sorriso de pura alegria
a minha rosa: Rosângela
Observei seu olhar
Brilhando muito ao se deparar
Com aquele conjunto rosa
Rosa na calça
Rosada ficou toda; a minha Rosa
Rosa de rubor, rosa de esplendor
Rosa de alegria, rosa de amor
Rosa linda, rosa admirada
Rosa que brilha no olhar que lanço
Rosa angelical, rosa amada
Rosa anjo, Rosângela
O anjo rosa que me apareceu
No banco do banco da Caixa
O anjo rosa que estava de azul
Após a oração ao Senhor
Mas o anjo rosa da minha oração
Tornou-se anjinho carinhoso no meu coração
Cuidando de um pequeno grande homem
Sozinha no dia a dia de outrem
Voltando à cena que vi
Estavas também num conjunto rosa
Desabrochando como uma flor no orvalho
Iluminada pela luz do dia findo
Aurora linda, maravilhosa e bela
Nada comparada com a minha Rosa
Desabrochando cada dia mais rosa...
Num sorriso de pura alegria
a minha rosa: Rosângela
DIA DE PROVA
Olhares furtivos
Atentos
Sonolentos
Pensamentos vagos
Inocentes
Maliciosos
Vozes abafadas
Eloqüentes
Nervosas
Esganiçadas
Sala de aula em dia de prova
O PULSO DA FLORESTA
O pulso ainda pulsa
Corre ainda o CO² do norte
O pneumotórax das ONG’s tentando conter
Queimadas acentuadas aqui e acolá
Não há pedras no meio do caminho
Mas, há árvores a derrubar pelo progresso a anunciar
Agonia retórica da Natureza
E o pulso ...
Gasoduto, PCH, Hidrelétrica
Agressão, queimada, rio mar
Até quando iremos agüentar?
As tundras já quase extinguiram-se
As savanas também se vão
E as potências a Amazônia tentam tomar
A biodiversidade com outro nome patentear
As espécies já se contam nos dedos
E o pulso ...
Raia o sol sobre a terra
No horizonte surge a luz da esperança
Nos céus os olhos fitam a DEUS
No mar o reflexo ainda azula
No céu cinzento do inverno
O rio antes piscoso agora é só lembrança
Chove, esfria, venta
Cada vez mais
E o pulso?
Ainda pulsa esperando um mundo melhor
TRAJETÓRIA
A Copa do Mundo era nossa
A tão sonhada Jules Rimet era o orgulho
O desenvolvimento começava
Mas também a lata d'água funcionava
O morro ficava ao lado
- Dá uma lata d'água seu moço?
A dificuldade era grande
A esperança nunca morria
O tempo corre ligeiro
Fim do sofrimento e humilhação
A Bica não tem mais dia certo
Os canos são agora maiores
A água chega direto em casa
Os pedintes sumiram
As garagens não ficam mais entulhadas de latas “atrapalhando a visão”
As grades agora servem de prisão do seu próprio domicílio
Lata d'água na cabeça jamais
A lata d'água não sobe mais a Catacumba removida
A Cruzada é só lembrança,
Leme, Chapéu Mangueira, Tabajara, Pavão -Pavãozinho
Cantagalo tem muito vizinho
A comunidade agora quer participar e assistir
A Copa do Mundo de futebol
E a Olimpíada de camarote
No Rio de várias histórias em que eu nasci
MUDANÇAS
Crianças brincando, correndo gritando
Rotina de uma creche, de uma escola, de um colégio
Alunos, sempre eles, com suas brincadeiras e invenções
Pula-pula, cabra-cega, amarelinha, pique ta
Futebol com bola de qualquer coisa
Correr de um lado para o outro
Alegria diferente daquela de casa
Espaço grande, paredes enormes
Hotel reformado, mar à vista
Visão privilegiada, quadro de pintores
Pedreiros, carpinteiros, peões
Mudanças naquele “elefante branco”
Ipanema agora tem um CIEP*
Mudança na rotina das ruas
Crianças de várias partes
Crianças que crescem, esticam, amadurecem
Crianças que se tornam jovens, adultos, pais
Pais que levam seus filhos para a “sua” escola
Contar a história do hotel que virou escola
Da escola que é Centro Educacional
Do orgulho do Professor Darci
Do morro que era Favela e agora é Comunidade
Mudanças daqueles que se foram
Para além das outras terras
Daqueles que foram para outros Estados
Daqueles que se foram para sempre
Mudanças naqueles que ficaram e resistiram
Mudanças daqueles que fizeram história
Mudanças naqueles que cresceram e morreram
Mudanças naqueles que mudaram sua vida
Mudanças daqueles que foram e voltaram
Que não agüentaram a mudança
Mudanças no Galo, Pavão e Pavãozinho
Mudanças no meu coraçãozinho
· CIEP –Centro Integrado de Educação Pública- mais conhecidos como Brizolões, por serem modelo de escola no governo Leonel Brizola no Rio de Janeiro
Rotina de uma creche, de uma escola, de um colégio
Alunos, sempre eles, com suas brincadeiras e invenções
Pula-pula, cabra-cega, amarelinha, pique ta
Futebol com bola de qualquer coisa
Correr de um lado para o outro
Alegria diferente daquela de casa
Espaço grande, paredes enormes
Hotel reformado, mar à vista
Visão privilegiada, quadro de pintores
Pedreiros, carpinteiros, peões
Mudanças naquele “elefante branco”
Ipanema agora tem um CIEP*
Mudança na rotina das ruas
Crianças de várias partes
Crianças que crescem, esticam, amadurecem
Crianças que se tornam jovens, adultos, pais
Pais que levam seus filhos para a “sua” escola
Contar a história do hotel que virou escola
Da escola que é Centro Educacional
Do orgulho do Professor Darci
Do morro que era Favela e agora é Comunidade
Mudanças daqueles que se foram
Para além das outras terras
Daqueles que foram para outros Estados
Daqueles que se foram para sempre
Mudanças naqueles que ficaram e resistiram
Mudanças daqueles que fizeram história
Mudanças naqueles que cresceram e morreram
Mudanças naqueles que mudaram sua vida
Mudanças daqueles que foram e voltaram
Que não agüentaram a mudança
Mudanças no Galo, Pavão e Pavãozinho
Mudanças no meu coraçãozinho
· CIEP –Centro Integrado de Educação Pública- mais conhecidos como Brizolões, por serem modelo de escola no governo Leonel Brizola no Rio de Janeiro
CARPE DIEM

Aproveite o dia Veja o sol nascer Muitos são cegos Sinta a brisa do mar Muitos nunca o viram ou sentiram Observe as flores Muitos não têm esta sensibilidade Respire fundo o ar puro Muitos não sabem o que é isto Ouça o canto dos pássaros Muitos não podem ouvir Corra descalço pelas ruas Muitos nem tem pernas Conte as estrelas e as fases da lua Muitos nunca souberam o que é poesia Sinta o orvalho e as gotas da chuva Muitos nem sabem o que é isto a tempos Sinta-se amado Sinta-se amado Sinta-se amando Para muitos isto é impossível
LATA D'ÁGUA

A Bica estava cheia naquele dia O calor abafado de um dia de verão sem sol A quentura do chão, o vento que não batia As latas amontoavam-se na vez Coloridas, diversas, caracterizadas Falatório das lavadeiras, zum zum dos pequenos A boca fervilhando, o vapor 'tava bom Uma cangalha levava duas latas de vinte Uma porção a mais para encher o barril Enche a caixa, enche o barril, enche a lata E a cena que não sai da cabeça: - puxa, hoje tá quente pra burro O suor gotejante na testa, A escada para subir com as latas A cangalha doendo o pescoço A passada de mão pela testa A busca pelo “lenço” no bolso Os tiros do tresoitão escondido O sangue correndo do rosto furado O corpo estendido no chão escaldante A busca pelos pertences do “presunto” A corrida de medo escada abaixo Busca de um abrigo improvável As escadas virando pista O esbaforido do susto já no aconchego de casa - Cadê a lata? - Ficou no caminho.
SE EU FOSSE ESCRITOR
Se eu fosse escritor tentaria voltar ao tempo da infância, nos dias de brincadeira, de pique esconde, de subir nos pés de goiaba, abacate, manga e jamelão, lá no Morro do Cantagalo, Zona Sul carioca. Escreveria também sobre aqueles dias em que ficávamos à volta da minha avó, ouvindo as histórias de contos de fada, mula sem cabeça, casal apaixonado, almas do outro mundo boas e más nos dias de chuva ou então os finais de tarde na ponta do Terreirão, quando avistávamos o melhor pôr do sol da face da terra, que até hoje o pessoal do Posto 9 de Ipanema bate palmas por esta dádiva de DEUS. Descreveria a ladeira de paralelepípedos com curvas fechadas que subíamos e as caronas que pegávamos nos caminhões de gás, as escadas curtas com degraus acimentados até determinado trecho e de barro socado e batido em outros, algumas vezes entremeados com uma tábua de caixote de feira livre até chegarmos ao barraco feito de estuque, do qual avistávamos os pequeninos soldados no Forte de Copacabana e as ondas batendo na praia e sabíamos com antecedência se a maré estava baixa ou não lá da ponta do Terreirão, onde hoje se ergue um arranha céu.
Com uma certeza, iria lembrar do primeiro dia em que fui para a escola, o novo itinerário com a minha mãe no primeiro dia e sozinho nos dias seguintes, os novos colegas de turma, a primeira professora que também seria a diretora da escola anos depois e que ficou felicíssima ao saber que eu também era um professor e fora buscar informações de um aluno. De jeito nenhum poderia esquecer os dias em que a tia Babá juntava a criançada toda no final da tarde para nos levar à praia de Copacabana. A alegria era geral, sem contar o estado que ficávamos, parecendo bife a milanesa, quando vínhamos pra casa cheios de areia.
É claro que não poderia ficar de fora os corretivos de meu avohai (avô e pai – como diria Zé Ramalho), que contava nos dedos as nossas “aprontações” e depois nos expunha sem que pudéssemos reclamar, pois ele tinha razão para isto ( naquele tempo não tinha E.C.A.-Estatuto da Criança e do Adolescente).
Não sei se eu iria descrever os cascudos que o Tio Leleco nos dava toda vez que soltava os passarinhos que ele prendia depois de passar um tempão no mato ou fazendo armadilhas. Acho que lembraria também das roupas que a vovó lavava e mandava entregar para as “madames” nos mesmos prédios em que muitas vezes íamos pedir para apanhar água e encher os barris em casa ou os salgadinhos que vendíamos para engordar o orçamento (a vergonha do 1º dia de trabalho foi logo abandonada com a vista da féria no final daquele mesmo dia e daí pra frente...).
E as imitações que fazíamos quando chovia? Ninguém podia ir para o quintal e nem sempre a televisão era opção, daí era cada coisa que saía: eu tentando imitar o locutor dos Jackson Five na música "I Wanna be where you are ao vivo" para apresentar a turma, a Tia Márcia se fazendo de Miss Café,a Tia Mauri querendo se passar pela Júlia e o Marquinho pelo Corey Baker seu filho, o meu primo Chico imitando o “Margarida” – (Jorge Emiliano – ex-arbitro de futebol) e o André seu irmão imitando os trejeitos do Vera Verão da televisão (depois ele criou um personagem chamado Andréia Gasparetti),só de pensar dá frouxos de risos.
Não sei se conseguiria descrever os dias em que havia “blitz” na comunidade e os soldados subiam com armas nas mãos e o clima de tensão ficando no ar depois da notícia de alguma pessoa que fatalmente se confrontava com eles e perecia ou quando sabíamos através da boca pequena que não era para transitarmos pelas ruas, pois haveria tiroteio mais tarde. Não eram boas situações essas.
Valeria a pena lembrar os rachões no quintal de casa e a lembrança da cristaleira que quebramos com a bola feita de meia-calça, papel, plástico e borracha de câmara de pneu e o “couro” que levamos por essa traquinagem. E como poderia deixar de fora os ensaios da turma para não fazer feio nos bailes de domingo à tarde para os pequenos e aos sábados à noite na Associação, ao lado do Canecão,para os maiores? Era som ligado o dia todo e ensaio direto dos passes em conjunto ao ritmo de: James Brown,Jackson Five , Average White Band, Kool and the Gang, Marvin Gaye, Diana Ross & Supremes, The Stylistics e todo o pessoal da Motown,além da Ladi Zu, Lincoln Olivetti & Robson Jorge, Banda Black Rio e Gerson King Kombo,pessoal que fazia música dançante tipo swing americano e é claro não dá pra deixar de fora o pagodão do Tio Aroldo Santos, Beth Carvalho,João Nogueira, Dominguinhos, Roberto Ribeiro,Alcione, Leci Brandão, Fundo de Quintal, Bebeto e Agepê que se sabia de cor e salteado, tudo isso enquanto limpávamos a casa ou carregávamos água da bica ( é uma outra história que também dá uma crônica).
É uma pena que não sou escritor, porque se fosse, com certeza, escreveria tanta coisa boa que daria um livro.
O título? É fácil: “KRIOK -FELICIDADE e LEMBRANÇAS”
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