terça-feira, 30 de agosto de 2011
A Preta ou a Branca?
Quem me contou essa foi um praça da PM de São Paulo que conhecemos durante a visita ao Tribunal de Justiça daquele estado. Aconteceu assim:
O Machado era um sargento muito disciplinado, educado, gentil, porém extremamente espoleta. Certo dia estando de serviço atrasou-se por algum motivo e em determinado ponto na marginal do Tietê quase bateu num outro veículo, ato contínuo baixou o vidro e fez sinal de desculpas para o outro condutor, que, de vidro fechado não respondeu. Qual não foi a surpresa do Machado ao perceber que o dito cujo estava seguindo-o pelas ruas da cidade e por mais que ele quisesse desviar o sujeito estava atrás raivosamente, parecendo ter surtado.
Então em determinado trecho ele parou o carro e aguardou já com a adrenalina a mil por hora e lá vem o bombadão do motorista em sua direção. O cara era um sujeito de mais ou menos um metro e oitenta e cinco e uns cento e poucos quilos distribuídos em um corpo malhado de academia que não intimidava nem um pouco o Machado. Quando se aproximou da janela do motorista, gritando e xingando e promentendo acabar com ele a base de socos e pontapés por quase tê-lo batido e etc. e tal,o policial revidou com um ultimato ao sujeito:
- Meu não tem jeito, tô tentando me livrar de você a um tempão, tô atrasado pro serviço e não quero brigar contigo, só que você vai comer grama pela raiz. Escolhe aí: a branca ou a preta?
Dizia isso apontando para as duas armas, uma preta (a de serviço) e uma prateada (particular), que estavam com ele no banco e lhe serviam de proteção. Surpreso com a visão das duas pistolas apontadas para si o fanfarrão logo estagnou de medo, arregalando os olhos e fazendo o nº 1 nas calças literalmente. Cena hilária se não fosse real. Naquela hora o Machado teve um lampejo de compaixão e solidariedade e disse ao então fanfarrão:
- Meu, eu estava indo pro serviço, errei em te trancar mas pedi desculpas, se eu não tivesse armado, com este seu tamanho todo, você com certeza iria me bater a troco de nada ou talvez eu iria ter um homicídio nas costas por besteira. Faz o seguinte, segue o seu caminho que eu sigo o meu e tamos quites, valeu?
O rapaz todo sem graça balançou a cabeça afirmativamente,voou em direção ao seu veículo sem dizer palavra, entrou na primeira rua que achou e sumiu no mapa. Machado, entre chateado e aliviado, guardou as armas , entrou no carro , deu um suspiro de alívio e seguiu para o serviço, não sem antes agradecer a DEUS não ter deixado uma família enlutada por causa de um incidente de transito na maior cidade da América Latina.
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