quarta-feira, 11 de maio de 2011
Que foi que eu fiz? (O dilema –parte 1)
- Seu doutor juiz, eu não fiz nada disso que tão me acusando não.
- Então, porque você foi preso?
- Eu não nasci pra calejar as mãos doutor, trabalho de escravo? To fora. Olha só pras minhas mãozinha, tudo lisa como seda.Foi culpa da dona Maricotinha, essa mulher me detesta há muito tempo.
- Sabe, ela mora lá na minha rua e vive olhando os pessoal que passa por lá em frente da casa dela.
- E...?
- E se fosse só isso tava bom, né? O negócio é que a casa dela fica ao lado do bar do Zé Português.e toda vez que eu lá , tinha uma história: era da Zefinha “Quebra Telha”, do “seu” Arnaldo Pinguço”, do Botija, da dona Santinha, do “Caixa Preta” , do Osvaldinho “Bafo de Onça”, só gente fina!
- E daí?
- Aliás, foi por causa do Osvaldinho que me envolveram nessa “roubada”.Nós tava jogando carta, coisa que gosto de fazer de vez em sempre, e quando o Osvaldinho passou na frente da casa dela, a fuleira não foi dar com a língua nos dentes que eu tinha um az de ouro na manga direita e um az de copas na manga esquerda? Isso é minha estima, só recordação, nunca, nunquinha que eu uso elas.
- Humm!
- É sério, doutor! Quando o Caixa Preta, o dono da banca, soube disso me colocou na parede pra me dar um sacode. Eu é que não ia ficar na frente da peixeirona do Osvaldinho na minha direção, também não é minha culpa que o tresoitão tava cheinho e justamente no bolso da minha calça. Naquela arrumação de pula pra lá e pula pra cá, ele caiu e disparou, só que acertou o Osvaldinho no meio da testa, o Caixa Preta no relógio-a bombinha dele parou na hora-e o “seu” Arnaldo na perna de apoio.
- Mas...
- Seu doutor juiz, to falando pro senhor o mais forte dos babado: eu sou inocente. Esses 157 que me jogaram em cima é pura forçassão de barra da D. Maricotinha que sempre quis me pegar numa fria desde que a gente teve um caso.
- Entendo...
- Eu só saio dessa por sua causa. E aí doutor juiz, o que é que o senhor decide?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Homenagem às professoras Luzia e Zoraide por incentivarem-nos na nossa veia cômica
ResponderExcluirBela estória Santinho Neto, e tenho certeza que aconteceu de fato. São as coisas da vida. Parabens.
ResponderExcluir